segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Pentágono usou missionários para espiar a Coreia do Norte


Sputnik - Uma operação altamente confidencial do Pentágono incluía uma rede de espionagem na Coreia do Norte de 2004 a 2012 baseada num grupo americano de missionários cristãos coreanos.

O líder evangélico cristão Kay Hiramine fundou um movimento humanitário multimilionário e não-governamental chamado Grupo de Serviços Internacionais Humanitário (HISG, na sigla em inglês).

No entanto, segundo uma reportagem publicada no Intercept nesta segunda-feira, "Hiramine era um espião do Pentágono e a sua ONG foi fundada por meio de um programa altamente confidencial do Departamento de Defesa."

O grupo operava como parte de um programa do Departamento de Defesa que começou em Dezembro de 2004 e seguiu operando durante a maior parte do primeiro mandato de Barack Obama, diz a reportagem.

"O programa era ideia do oficial sénior de inteligência do Departamento de Defesa general William Jerry Boykin… um cristão evangélico (que)… estabeleceu a ONG porque estava procurando novas… maneiras de infiltrar na Coreia do Norte", diz o texto.

Em 2003, Boykin recebeu muitas críticas por fazer declarações públicas hostis contra o Islão.

"A Coreia do Norte era o alvo de inteligência mais difícil para os Estados Unidos. Mas a ONG de Hiramine, oferecendo ajuda humanitária à população desesperada do país, conseguiu ir aonde outros não conseguiram", escreve o Intercept.

O Intercept afirma que a reportagem foi resultado de uma investigação de um mês, na qual foram entrevistados mais de uma dúzia de actuais e ex-oficiais militares e de inteligência, trabalhadores humanitários, oficiais dos EUA e ex-integrantes do HISG.

Segundo Sam Worthington, presidente da Inter Action, associação de cerca de 200 ONGs, usar o HISG para espionagem foi além do que o governo americano deveria poder fazer.

"É inaceitável que o Pentágono ou qualquer outra agência americana use organizações não lucrativas para obter inteligência. É uma violação da confiança básica entre o governo americano e seu setor civil", afirmou.

Um ex-oficial militar americano, falando em condição de anonimato, disse ao Intercept que o Departamento de Defesa forneceu pelo menos US$ 15 milhões ao HISG durante o período em que o programa esteve ativo. 

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