Um país com uma independência forte

A República Democrática Popular da Coreia é globalmente conhecida como sendo um país extremamente independente dada a perseverança dos princípios da independência política, da auto-suficiência económica e da auto-suficiência da sua defesa nacional.

terça-feira, 28 de julho de 2015

Ainda Pyongyang

Flávio Gonçalves - Na semana passada o mundo descobriu que os Laibach vão dar dois concertos este Agosto em Pyongyang, capital da República Democrática Popular da Coreia (vulgo Coreia do Norte). Até aqui tudo bem, o mais deprimente tem sido verificar que da “TIME” até aos jornais e às televisões portuguesas a ida dos Laibach à península coreana tem vindo a ser considerado o “primeiro concerto de uma banda ocidental” ou até “o primeiro concerto rock” a decorrer na Coreia do Norte, algo que como os leitores habituais da minha coluna devem recordar é notoriamente falso uma vez que publiquei aqui n’O DIABO em primeira mão o anúncio da digressão dos Laibach em terras de Kim Jong Un e listei algumas das bandas ocidentais – inclusive dos EUA e cristãs – que já tiveram a honra de tocar ao vivo para o público norte-coreano, ou seja já várias bandas internacionais e ocidentais tocaram em palcos norte-coreanos (em Junho de 1989 até os portugueses Madredeus tocaram) e esta repetição ad nauseum de tamanho erro (ou falsidade) na comunicação social nacional e internacional é extremamente preocupante, já não se pede aos jornalistas dos grandes jornais e canais que vão de chapéu, gabardina e bloco no bolso averiguar os factos do que noticiam, mas ao menos que deem uma vista de olhos aos resultados que podem obter no Google.

O Festival Primaveril de Arte Popular é um evento anual que ocorre em Abril desde 2012 (por ocasião do aniversário do nascimento de Kim Il Sung, celebrado a 15 de Abril), tem lugar em Pyongyang e durante uma semana o povo norte-coreano tem a oportunidade de assistir em primeira mão ao talento de dezenas de artistas estrangeiros bem como a milhares de artistas nacionais. Fora isto, qualquer banda ou artista que queira dar um concerto na República Democrática Popular da Coreia nada mais tem a fazer do que contactar a embaixada coreana mais próxima (no nosso caso será a de Madrid), como muito bem exemplificam os Laibach (normalmente conotados com a “extrema-direita”) o regime norte-coreano não faz discriminações ideológicas na atribuição de vistos, a RDPC não é tão fechada ou bizarra como a pintam e desde Janeiro de 2013 que conta inclusivamente com uma Associação de Amizade Luso-Coreana, associação oficialmente reconhecida pelas autoridades de Pyongyang e criada aquando da visita do embaixador Kim Chun Guk ao nosso país. Quanto à restante comunicação social, acho que teriam muito a ganhar em contratar-me como jornalista averiguador de factos...

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