Um país com uma independência forte

A República Democrática Popular da Coreia é globalmente conhecida como sendo um país extremamente independente dada a perseverança dos princípios da independência política, da auto-suficiência económica e da auto-suficiência da sua defesa nacional.

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Recepção das campeãs mundiais do Sub-17 de Futebol em Pyongyang


KCNA - No passado dia 25 regressou a casa a equipa de futebol feminino da República Popular Democrática da Coreia que se sagrou como campeã do mundo de 2016 no Campeonato Mundial de Sub-17 da FIFA.

O Aeroporto Internacional de Pyongyang, o trajecto desde o bairro de Ryonmot até ao cruzamento de Ryonghung, passando pela avenida Kaesonmun até ao cruzamento de Changjon, estavam repletos de trabalhadores de vários sectores, de jovens e de estudantes com ramos de flores.

As campeãs foram recebidas no terminal aeroportuário pelo vice-presidente do Comité Central do Partido dos Trabalhadores da Coreia, Kim Yong Chon, pelo vice-primeiro-ministro Ri Ryong Nam, pelo ministro do Desporto, Ri Jong Mu, e por um grande número de funcionários curiosos.

Os familiares das atletas e outros desportistas nacionais felicitaram as jogadoras e os treinadores com colares e ramos de flores.

À entrada do bairro de Ryonmot, as campeãs subiram para um veículo descapotável no qual percorreram as avenidas, envoltas em flores de felicitações.

As jogadoras subiram a colina de Mansu, onde prestaram homenagem aos grandes líderes Kim Il Sung e Kim Jong Il, depositando um cesto e ramos de flores aos pés das suas estátuas de bronze.  

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

“Sem armas nucleares, a Coreia do Norte seria outro Iraque ou outra Síria”


O delegado especial da Coreia do Norte para as relações culturais com países estrangeiros, Alejandro Cao de Benós – mais conhecido como “o embaixador” norte-coreano no Ocidente – concedeu uma entrevista exclusiva à Sputnik na qual deu a conhecer a sua opinião sobre o presente e o futuro do país comunista, mas falou também da esquerda espanhola e da “perseguição política” que assegura sofrer em Espanha e que está por trás da sua detenção por possessão ilegal de armas.

조선일 – Choseon-il – : é este o nome coreano de Alejandro Cao de Benós, e significa “a Coreia é uma”. Embora tenha nascido a quase 10.000 quilómetros de distância de Pyongyang, este espanhol dedicou os últimos 20 anos da sua vida a melhorar a imagem internacionalmente afectada do regime dos Kim. Em Espanha é conhecido por ser uma das poucas vozes dispostas a defender a Coreia do Norte e o seu sistema político na terra, no mar e no Twitter. Recentemente, além disso, abriu o Pyongyang Café em Terragona – a sua cidade natal –, o único sítio no Ocidente onde se pode consultar material sobre o hermético país, beber algo ou até mesmo falar com o próprio Cao de Benós. Caso algum leitor se aproxime do local, talvez acabe por ser persuadido das benevolências do Juche e do sistema socialista coreano… o que salta à vista é que ninguém conseguirá convencer Alejandro de que está equivocado.

Se há alguém que tenha defendido sempre o sistema político norte-coreano em Espanha, esse alguém é você, contudo, como e quando começou a sua relação com a Coreia do Norte? 

Quando tinha 16 anos, altura na qual já me considerava comunista, soube que várias famílias da RPDC [República Popular Democrática da Coreia] estavam a viver em Madrid. Apresentei-me, disposto a viver lá e a contribuir para a revolução.

O que o atraiu nesse país?

A ideologia Juche, criada pelo presidente Kim Il Sung, a cultura coreana, a sua filosofia e a sua espiritualidade. 

Muitos países acusam a Coreia do Norte de cometer violações dos DH e de ser uma ditadura personalista. Qual a sua opinião?

Essas acusações são completamente falsas e partem de duas fontes: uma, dos serviços de informações e propaganda dos EUA e dos seus súbditos. A outra, da ignorância, do sensacionalismo e da manipulação das notícias em muitos órgãos de comunicação social. Além disso, a figura do líder é um elemento de coesão social, de união e força que desde sempre existiu em todas as culturas.

Como avaliaria o trabalho levado a cabo por Kim Jong Un desde que assumiu a chefia do Estado?

Como o de um soldado leal às instruções do presidente Kim Il Sung e do generalíssimo Kim Jong Il. O seu labor pelo povo, pela defesa da revolução e em prol do desenvolvimento económico e tecnológico não se afastam nem um centímetro desse ideal. 

Uma das imagens dos Jogos Olímpicos do Rio foi a selfie protagonizada pelas atletas Lee Eun Ju, da Coreia do Sul, e Hong Un Jong, da Coreia do Norte, como definiria essa imagem?

Como um exemplo vívido de que a Coreia é uma só nação, que a reunificação é possível e que o império dos EUA deve abandonar desde já a sua ocupação militar [da península coreana] que se prolonga já desde o final da Segunda Guerra Mundial.

Onde vê a Coreia do Norte daqui a 25 anos? Pensa que a união entre o Norte e o Sul irá ocorrer algum dia?

A RPDC, daqui a 25 anos, vejo-a como uma nação muito avançada e futurista, conservando o sistema socialista e com uma produção autossuficiente de 90% de todos os produtos industriais e de consumo. Um modelo alternativo para muitas nações que sofrem já com as misérias do capitalismo exacerbado. Sem dúvida, a reunificação irá ocorrer. Já nos aproximamos desta mediante os acordos de 200 e de 2007. Agora tudo depende do povo da Coreia do Sul eleger um presidente e um partido progressistas que não dependam do controlo norte-americano.

Olhando para o futuro, julga que o “modelo chinês” será a via a seguir pela Coreia do Norte?

A RPDC não irá adoptar modelos económicos capitalistas como o da China. Tal significaria o fim do sistema socialista e da independência soberana.

Que opina acerca do programa nuclear norte-coreano? Do seu ponto de vista, que objectivo pretende atingir o governo da Coreia do Norte com o desenvolvimento do seu próprio arsenal nuclear?

O programa nuclear é o seguro de vida do país. Sem ele, a Coreia do Norte seria outro Iraque, outra Líbia ou outra Síria. Países que perderam a sua cultura, a sua estabilidade, os seus recursos e o seu futuro sob as bombas da falsa bandeira da liberdade. O objectivo do programa nuclear é estritamente dissuasor. A RPDC tem o direito soberano a defender o seu território e os seus cidadãos. Se os EUA, a Rússia, o Reino Unido ou Israel possuem armamento nuclear, não estão desde logo qualificados para demonizar ou sancionar outras nações por fazerem o mesmo.

Como definiria as relações entre a Rússia e a Coreia do Norte? A Rússia é um país amigo?

As relações entre a Rússia e a Coreia remontam ao nascimento da República e às batalhas conjuntas do Exército Vermelho e do Exército Popular da Coreia contra o império japonês, assim como ao apoio de Josef Estaline contra o império estadunidense. Julgo que, actualmente, devido à expansão e ao carácter expansionista dos EUA, a Rússia está a retomar e a fomentar as relações a todos os níveis com a RPDC. 

Falando de Espanha, em que julga terem falhado o Unidos Podemos na altura de conseguir obter um melhor resultado eleitoral? Do seu ponto de vista, qual é o problema da esquerda espanhola?

Deve-se à falta de ideologia – ou à degeneração da mesma – à falta de um sistema disciplinado e, como diria Lenine: porque não chegou ainda o “momento histórico”. 

Deve-se também ao individualismo da esquerda, que fomenta o facciosismo, juntamente com a dificuldade de aceitar uma autoridade ou de manter uma disciplina, fazem com que de momento seja impossível uma mudança substancial na política em Espanha.

Na Catalunha parece que houve um certo estancamento das forças políticas partidárias da independência. Crê que o dito processo de independência foi afectado?

Estava afectado logo à partida, pois tratou-se de utilizar o descontentamento da “classe média” com o sistema capitalista para o redirecionar para o independentismo. A mensagem independentista aguentava-se graças a alguns órgãos de comunicação social e ao interesse da oligarquia catalã em perpetuar-se num reino de propriedade exclusiva, sem benefícios para o povo. Como comunista e catalão de nascença, creio que os esforços de devem concentrar em unir todos os trabalhadores de Espanha para desterrar o capitalismo, não em criar um ódio entre famílias que emigram e convivem entre comunidades desde há mais de 40 anos. 

Há uns meses, foi notícia ao ser detido numa operação da Guarda Civil por, alegadamente, ter comprado duas pistolas detonadoras – de fogo – como é que este caso o afectou? Em que situação se encontra actualmente o processo judicial?

Primeiro, serviu-me muito para entender como se leva a cabo a perseguição política e a sua utilização policial num regime supostamente democrático como o de Espanha. Em segundo lugar, deu-nos muita publicidade para o nosso novo projecto, o Pyongyang Café. De momento, tenho a decorrer dois recursos contra o director geral da Guarda Civil e contra a Subdelegação do Governo [pela detenção]. Por outro lado, há a detenção pelas armas detonadoras no meu domicílio, que quero clarificar, comprei-as com a minha licença de porte de armas ainda vigente. Tinha-as com a intenção de dissuadir os criminosos que denunciei por reiteradas ameaças de morte. Até à altura não há quaisquer novidades.

Em Julho deste ano abriu as portas do Pyongyang Café – que é também a sede da Associação de Amizade com a Coreia em Espanha – em Terragona. O que se pode fazer nesse local? De onde surgiu a ideia de o abrir?

O Pyongyang Café é a nossa primeira sede internacional. Qualquer visitante pode sentir-se na Coreia do Norte graças à decoração e à arte típica do país, ler uma revista na biblioteca e provar o chá ou a cerveja que temos. Trata-se de um ponto de encontro aberto ao público em geral onde se pode informar acerca de qualquer aspecto acerca do país.

Está a ter uma boa recepção? Qual é o perfil dos visitantes? Planeia abrir mais sítios como este?

Muito boa, passado um mês estamos a receber uma média de 30 a 40 visitantes por dia. O perfil são jovens interessados na Coreia ou intelectuais, que vêm com os amigos e a família para conhecer a Coreia e desfrutar de um ambiente tranquilo e diferente.

Fonte: Sputnik

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