Um país com uma independência forte

A República Democrática Popular da Coreia é globalmente conhecida como sendo um país extremamente independente dada a perseverança dos princípios da independência política, da auto-suficiência económica e da auto-suficiência da sua defesa nacional.

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

COMUNICADO DEVIDO À DECISÃO DO GOVERNO ESPANHOL DE EXPULSAR DO PAÍS O EMBAIXADOR DA RPD DA COREIA

Uma vez mais testemunhamos a liberdade e os direitos de um Estado a serem afectadas por uma política internacional determinada a destruir as relações da República Popular Democrática da Coreia com os restantes Estados do mundo. O Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação do governo de Espanha comunicou hoje, segunda-feira 18 de Setembro de 2017, ao nosso excelentíssimo embaixador Sr. Kim Hyok Chol que foi declarado “persona non grata”, dando-lhe o prazo de 30 de Setembro de 2017 para abandonar o país.

Este tipo de medidas e acções servem unicamente para satisfazer os interesses dos Estados Unidos da América, só contribuem para gerar um ambiente de tensão totalmente oposto ao que deveriam ser as Relações Internacionais. A actual política dos Estados Unidos em conjunto com o Conselho de Segurança das Nações Unidas debilita os direitos fundamentais de qualquer Estado em possuir um representante político do seu país para trabalhar pela melhoria das relações diplomáticas e políticas. Com acções como estas é difícil acreditar que procuram realmente uma solução pacífica para a Península da Coreia. Manobras deste género só correspondem a uma atitude bélica e a mais uma artimanha da política internacional para atacar o Estado de Direito e a liberdade de um país.

Desde o acordo de armistício assinado entre a RPD da Coreia e os Estados Unidos a 27 de Julho de 1953, que a República não deixou de acreditar e de trabalhar por uma reunificação pacífica com o Estado da Coreia do Sul. Nenhuma destas acções, sanções internacionais ou qualquer tipo de resolução política irão impedir que o grande povo da República Popular Democrática da Coreia, às mãos do nosso marechal Kim Jong Un, continue a trabalhar para cumprir os objectivos de desenvolvimento, progresso e liberdade que o povo coreano merece. Não é compreensível seja de que ponto de vista diplomático for que as medidas adoptadas pelo Estado espanhol sejam uma solução e nem o que o sistema internacional actualmente necessita. 

O Perú, o México, o Kuwait e agora a Espanha, impedem soluções diplomáticas com a expulsão dos nossos embaixadores quando o que realmente se necessita é precisamente o oposto. Nos dias de hoje, em que as notícias correm de um lado ao outro do mundo num espaço de tempo ínfimo e a comunicação é mais directa do que nunca, são necessárias políticas de diálogo, de cooperação, de respeito, de colaboração e de discrição perante a soberania de outro Estado. 

A Associação de Amizade Coreana (Korean Friendship Association) como um todo, a Associação de Amizade Luso-Coreana e o Grupo de Estudo da Ideia Juche expressam a sua mais sincera condenação e repulsa pela medida adoptada pelo governo espanhol. Demonstramos o nosso apoio incondicional à Embaixada da República Popular Democrática da Coreia em Madrid e aos seus representantes em todo o mundo.

Esperamos que os governos que estão a levar a cabo estas medidas e a comunidade internacional, alterem as suas decisões para com as políticas externas de países terceiros, abandonem a política da subserviência e reconheçam o trabalho realizado pelos nossos embaixadores e dignitários internacionais.

18 de Setembro de 2017

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Uma guerra curta e vitoriosa: A varinha mágica do presidente dos EUA – Trump quer resolver seus problemas com uma agressão à Coreia


Andrei Akulov | Resistir.info - Ao juntar bocados de informação vindos de várias fontes chega-se à conclusão de que um ataque antecipativo (pre-emptive) dos EUA contra a Coreia do Norte é uma possibilidade que se pode tornar realidade muito em breve. Toda a gente sabe isso está repleto de implicações e ninguém as quer, mas há uma boa razão para acreditar que está prestes a acontecer. 

O líder norte-coreano Kim Jong Un supervisionou o teste de um novo sistema de armas anti-aéreas e ordenou a sua produção em massa e a respectiva instalação por todo o país. Isto verificou-se depois de Pyongyang ter efectuado um segundo teste de míssil , há cerca de uma semana, enviando dia 21 de Maio um míssil balístico de alcance médio para as águas da costa Leste. Se está planeado um ataque para deitar abaixo o programa nuclear e de mísseis balísticos, seria melhor se fosse efectuado antes de os sistemas de defesa aérea estarem instalados. 

O programa de mísseis da Coreia do Norte está a progredir mais rapidamente do que se esperava, disse em 16 de Maio o ministro da Defesa Coreia do Sul, depois de o Conselho de Segurança da ONU ter condenado o lançamento de um míssil de longo alcance e exigido a Pyongyang a interrupção dos testes de armas. A Coreia do Norte desafiou todos os apelos para deter seus programas nuclear e de mísseis, incluindo os da Rússia e da China. A liderança do país declara abertamente que trabalha para desenvolver um míssil com ogiva nuclear capaz de atingir o território continental dos EUA e os testes recentes são passos rumo a esse objectivo. A Coreia do Norte efectuou cinco testes nucleares até agora, incluindo os dois do ano passado. 

Manifestação anti-Trump em Seul, 12/Abril/2017. Durante a cimeira EUA-China em Mar-a-Lago, na Florida, no princípio de Abril, o presidente chinês Xi Jinping pediu ao presidente Donald Trump um período de graça de 100 dias para tratar das provocações militares da Coreia do Norte. O lançamento de 21 de Maio põe em dúvida a eficácia das medidas tomadas. O período de 100 dias acabaria no momento da cimeira do G20, em 7-8 de Julho na Alemanha, efectuada tendo a Coreia do Norte como ponto alto na agenda. Os líderes dos EUA e da China considerarão esta questão candente à margem do evento. 

Enquanto isso, um terceiro porta-aviões estado-unidense, o USS Nimitz, será deslocado por Washington para lado ocidental do Oceano Pacífico a fim de juntar-se aos dois porta-aviões estacionados próximos das costas da Península Coreana em vista da crise. O USS Nimitz juntar-se-á ao USS Carl Vinson e ao USS Ronald Reagan naquela área. Três dos grupos de porta-aviões, do total de onze, são uma enorme força que só é deslocada para uma operação em grande escala que está próxima. 

Os EUA está a efectuar um outro teste do seu sistema balístico de intercepção de mísseis (Ground-Based Midcourse Defense, GMD) destinado a deitar abaixo um míssil balístico intercontinental (ICBM) simulando um ICBM norte-coreano apontado aos EUA. Os militares têm utilizado o sistema GMD para interceptar outros tipos de mísseis, mas nunca um ICBM. 

A ocupação militar da Coreia do Sul pelo imperialismo. Finalmente, foi revelado recentemente que os militares estado-unidenses moveram dois submarinos nucleares rumo à Coreia do Norte. O presidente Trump estava provavelmente a referir-se a um míssil guiado submarino (guided missile submarine, SSGN) da classe Ohio, o USS Michigan, o qual fez uma visita oficial ao porto de Busan, na Coreia do Sul, em 25 de Abril, e ao submarino de ataque (SSN) da classe Los Angeles USS Cheyenne, o qual em 2 de Maio visitou Sasebo, no Japão, no âmbito do seu posicionamento regional. A US Navy tem em média posicionados no mundo, em qualquer dia do ano, até dez submarinos de ataque das classes Los Angeles, Seawolf ou Virginia. 

Trump tem dito que "um grande, grande conflito" com a Coreia do Norte é possível por causa dos seus programas nuclear e de mísseis e que todas as opções estão em cima da mesa . Em 19 de Maio, o secretário da Defesa dos EUA, Jim Mattis, exprimiu uma posição cautelosa quanto à acção militar imediata contra a Coreia do Norte. 

O presidente dos EUA está sob assalto de todos os lados. A possibilidade do seu impeachment é discutida abertamente nos media e no Congresso. Segundo [a publicação] Politico, conservadores começam a murmurar: presidente Pence. 

Donald Trump sabe que acções militares são uma ferramenta eficaz para aumentar classificações [de popularidade]. O presidente viu uma alta nos números dos inquéritos após o ataque com mísseis de cruzeiro na Síria que ele ordenou em 7 de Abril. Sua taxa de aprovação saltou de 34 para 42 por cento. Ela subiu ainda mais , de 42 para 50 por cento, depois de a "Mãe de todas as bombas" ter sido utilizada em 13 de Abril contra posições do Estado Islâmico no Afeganistão. O apoio público deslizou dramaticamente para baixo , para 38 por cento, desde então. O presidente está num aperto. Algo precisa ser feito de imediato para rectificar a situação. 

A tendência é inquietante e o melhor caminho consagrado para reverter isto é uma guerra curta e vitoriosa. Na verdade, é um grande risco. Mas acontece que bombardear alguém como meio de obter popularidade pode ser uma tentação impossível de resistir. Um sexto teste nuclear norte-coreano ou um disparo de teste de um míssil balístico intercontinental pode estimular a acção mesmo antes de o "período de graça" dos 100 dias ter acabado. As forças estão ali e prontas para a acção. Elas não podem ser mantidas em alta prontidão de alerta por demasiado tempo. Enquanto a atenção do mundo está presa na Síria, um conflito de grande escala com terríveis consequências pode desencadear-se a qualquer momento e a probabilidade é muito alta. 

29/Maio/2017

Andrei Akulov é Coronel, na reforma, perito russo em questões de segurança internacional. 

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

História da guerra da Coreia – Os EUA e a Coreia do Sul executaram massacres de civis


Eric Struch | Resistir.info - Segundo conta grande parte dos manuais de história, a guerra da Coreia teria começado com a invasão do Sul, em 25 de junho de 1950, pelo Norte comunista. Os EUA, amantes da liberdade, teriam então vindo em auxílio da democrática República da Coreia (RK) ameaçada. A realidade foi muito diferente. 

Não só a RK era um regime ditatorial fascista como um fantoche dos EUA, Syngman Rhee, fez o primeiro movimento, preparou-o com mais de um ano de antecedência. Esta preparação incluía usar organizações paramilitares fascistas e o exército regular para ataques transfronteiriços contra povoados do Norte a fim de testar as defesas da República Popular Democrática da Coreia (RPDC). 

Internamente, a preparação significou também levar a cabo execuções em grande escala de supostos comunistas, pessoas de esquerda e qualquer um que se opusesse ao regime neocolonial dos EUA no Sul. A maioria destes massacres ocorreu durante o Verão de 1950, mas milhares de civis foram executados por militares e polícias da RK ao longo da guerra. 

Manifestação popular contra os EUA na Coreia do Sul. Os militares dos EUA – que tinham o comando operacional do exército da RK – não só tinham conhecimento destes massacres, como assistiram e mesmo dirigiram muitas das execuções. Que estes massacres ocorreram era do conhecimento comum entre as pessoas, tanto no Norte como no Sul. Porém, devido à repressão anticomunista e a " ;lei de segurança nacional" ;, que ameaçava com penas de décadas na prisão, até recentemente ninguém no Sul ousava falar. 

Meio século de silêncio oficial começou finalmente a terminar após a árdua luta do movimento pró-democracia na década de 1980 que criou um espaço político. Mesmo aqueles que fugiram para os Estados Unidos a fim de escapar à repressão não podiam falar. Eles dependiam de americanos de origem coreana para postos de trabalho, habitação e empréstimos e estes elementos privilegiados muitas vezes tinham ligações com o partido de direita Grand National Party ou à CIA sul-coreana. 

Ao longo de décadas uma voz disse a verdade ao mundo acerca dos assassinatos em massa. A imprensa da RPDC que constantemente tentou chamar a atenção do mundo para estes crimes. Dado que a propaganda racista de Washington anti-RPDC era onipresente a verdade nunca ganhou qualquer atenção nos meios de comunicação controlados. 

Comissão Verdade e Reconciliação 

Atualmente [1] na RK, a Comissão Verdade e Reconciliação (CVR), fundada pelo governo, liderada por Ahn Byung-ook está a investigar 1 200 incidentes de execuções em massa além de 215 casos em que o exército americano esteve diretamente envolvido em execuções. Das mais de 150 valas desenterradas até agora, a Comissão tem a evidência física, documentação e testemunhas para confirmar oficialmente duas execuções em massa em Ulsan e Cheongwon. 

Massacre de presos políticos na Coreia do Sul. O governo da RK reconhece agora que as suas forças armadas, polícia nacional e paramilitares fascistas mataram mais de 100 mil civis naquela época, quando a população da Coreia era de 20 milhões. Kim Dong-choon da CVR qualificou esta estimativa do governo sobre o custo humano do sangrento paroxismo anticomunista "muito conservadora". 

Os números podem ser tão elevados como 200 mil pessoas, com algumas fontes a colocá-lo tão alto quanto 300 mil. Estes números não incluem as execuções extrajudiciais durante a guerra pelas tropas fantoche da RK. 

Ideólogos da direita, tanto em Seul como em Washington, apontam para supostos massacres realizados pelo Exército Popular da Coreia (EPC), negando que os atualmente comprovados assassinatos perpetrados pelas forças do Sul fantoche tenham ocorrido. Na realidade, de acordo com um estudo da CIA datado de 19 de julho de 1950, citado pelo especialista em assuntos coreanos Bruce Cumings, durante a ocupação do Sul pelo EPC "funcionários norte-coreanos dirigiram uma situação tensa, mas sem muito derramamento de sangue." 

A atrocidade do napalm fez mais de um milhão de vítimas. Noutro relatório da CIA, a partir de 1950, uma "grande percentagem de sindicalistas e dirigentes sindicais juntaram-se ao EPC somente 10 dias durante a guerra. O Presidente da RPDC Kim Il Sung havia enviado uma mensagem pela rádio a exortar o povo da RK a organizar-se por si próprio. Assim, foram formados Comités do Povo que procederam à apreensão de propriedades japonesas e do governo da RK, bem como dos mais ricos. 

As unidades do EPC no sul distribuíram arroz ao povo e esvaziaram as prisões de presos políticos, que então se viraram contra a polícia e os grupos fascistas. Tropas do EPC em aliança com o campesinato pobre, realizaram uma reforma democrática da terra à medida que avançaram para o Sul. Mesmo no caos da guerra, o EPC manteve a sua disciplina. Cumings diz que "documentos norte-coreanos capturados continuaram a mostrar que funcionários de alto nível advertiram contra a execução de pessoas." 

O mesmo não pode ser dito das forças fantoche da RK. Antes mesmo do início da guerra, o governo da RK criou a National Guidance League, um corpo de inspiração fascista para a "reeducação" de pessoas que a ditadura de Rhee afirmava serem comunistas. Em 1950, mais de 300 mil pessoas foram forçadas a participar do naquela organização. 

Kim Dong-choon diz que a polícia ou o exército executaram muitos dos admitidos à força na Liga. A Polícia Nacional, sob a supervisão de um grupo de conselheiros militares dos EUA (Korean Military Advisory Group, KMAG) executou 7.000 pessoas em Yangwol (perto de Taejon) entre 2 a 6 de junho de 1950. 

Os EUA supervisionaram os extermínios 

Soldados etíopes. Alan Winnington do Daily Worker britânico num artigo intitulado "U.S. Belsen in Korea" informou que 20 testemunhas observaram que em 2 de julho (de 1950) camiões da polícia chegaram e fizeram as pessoas cavarem seis poços de 200 jardas [183 m] cada. As execuções duraram três dias, com duas metralhadoras, quando as balas acabaram, procederam à decapitação pela espada. De acordo com testemunhas oculares, oficiais dos EUA supervisionaram tudo sentados nos seus jeep. A embaixada dos EUA em Londres, em seguida, teve o descaramento de chamar às conclusões de Winnington uma "invenção". 

Militares dos EUA, através de seu comando operacional sobre o exército da RK, envolveram-se ao mais alto nível em execuções. Charles Grutzner, correspondente do New York Times falou sobre "a matança de centenas de civis sul-coreanos, mulheres, bem como homens, por algumas tropas dos EUA e polícia da República". 

Keyes Beech, em 23 de julho de 1950, escreveu um artigo no Newark Star-Ledger: "Não é hora de ser coreano, porque os yankees estão atirando em todos." 

Donald Nichols, um antigo oficial da segurança da força aérea, escreveu no seu livro de memórias de 1981 ter testemunhando um massacre "inesquecível" de "aproximadamente 1 800 pessoas" em Suwon durante a guerra. 

Além disso, uma investigação feita em 1960 pelo legislador da RK Park Chan-hyun durante o interlúdio (relativamente) democrático da Segunda República de Chang Myon revelou que cerca de 10 mil pessoas haviam sido executadas em Busan. 

A ditadura na RK era instável 

Soldados americanos que preferiram ficar na Coreia. O que estas atrocidades horríveis e desumanas revelam é que a ditadura fantoche da RK sabia que o seu poder assentava em bases profundamente instáveis. Tal como outro relatório bastante franco da CIA, citado por Cumings, dizia que a liderança do governo de direita da RK era " ;formada por essa classe numericamente pequena que praticamente monopoliza a riqueza e a educação no país... Dado que essa classe não poderia ter adquirido e mantido a sua posição favorecida sob domínio japonês sem um mínimo de " ;colaboração" ;, tem tido dificuldade em encontrar candidatos aceitáveis para cargos políticos e foi forçado a apoiar políticos expatriados importados como Syngman Rhee e Kim Koo. Estes, embora não tenham nenhuma mácula pró-japonesa, são essencialmente demagogos determinados a um regime autocrático." 

A clique corrupta de Rhee sabia que o seu plano para Norte dependia do afogamento em sangue dos elementos patrióticos e comunistas no Sul. Bolsas da guerrilha comunista, que tinham lutado durante a ocupação japonesa ainda estavam ativas no Sul em 1950. 

De acordo com o general W.L. Roberts, comandante do KMAG, o exército fantoche da RK matou 6 000 guerrilheiros comunistas de novembro de 1949 a março de 1950. Acerca dos ataques contra povoados na fronteira Norte realizados pelo exército e paramilitares das juventudes fascistas que tiveram lugar em 1949, disse o general Roberts que "cada um foi na nossa opinião, provocado pela presença de uma pequena saliência sul coreana a Norte do paralelo 38... Os sul-coreanos desejavam invadir o norte". 

Apesar da escalada de assassinatos em massa realizados pelo regime fantoche de Rhee, o sentimento patriótico ainda corria tão profundamente entre o povo coreano que mesmo na Assembleia Nacional da RK, 48 membros declararam lealdade à Coreia do Norte no final de julho de 1950. 

A questão da execução em massa de civis ainda divide aqueles que são subservientes ao neocolonialismo dos EUA e aqueles que querem uma Coreia independente. O ex-presidente Roh Moo-hyun da RK desculpou-se em missão oficial pelos 870 assassinatos confirmados no Ulsan, chamando-os de "atos ilegais". Em contraste, o presidente Lee Myung-bak, (presidente entre 2008 e 2013) já profundamente impopular, ameaçou cortar o financiamento à CVR. 

Sete anos atrás, o governo dos EUA finalmente admitiu parte de sua própria culpa: que em 1950 soldados seus haviam matado centenas de civis inocentes no município sul-coreano de Nogun-ri logo após o início da guerra da Coreia. O presidente Bill Clinton expressou "profundo pesar" numa declaração pública em 11 de janeiro de 2001.

[1] Este artigo foi publicado inicialmente pelo International Action Center em 29 de junho de 2008. 

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/

quinta-feira, 25 de maio de 2017

A firme resolução da Coreia do Norte não é temerária, é legítima


Finian Cunningham | Resistir.info - O teste mais recente de um míssil balístico de longo alcance da Coreia do Norte verifica-se poucos dias depois de o novo presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, ter tomado posse afirmando que estava pronto para conversações diplomática com o seu vizinho do Norte. 

O teste do míssil, o qual confirmadamente demonstra que o Norte alcançou capacidade balística para lançar um ataque armado a território dos EUA, segue-se também ao anúncio do presidente Donald Trump, no princípio deste mês, indicando seu desejo de manter conversações frente-a-frente com o líder norte-coreano Kim Jong-un. 

Trump na semana passada convidou o recém eleito presidente Moon para ir a Washington discutir a crise coreana, após a sua eleição em 9 de Maio. Moon Jae-in, um advogado especialista em direitos humanos, adoptou uma atitude mais conciliatória em relação à Coreia do Norte do que os seus antecessores de direita em Seul. Recentemente ele também exprimiu críticas à posição militarista de Washington em relação ao adversário norte-coreano e apelou ao invés a conversações regionais com a China e Japão a fim de tentar desnuclearizar a península. 

Pode parecer um tanto estranho, portanto, que Kim Jong-un tenha ordenado o teste de míssil neste fim de semana. Previsivelmente, ele obteve com isso críticas de Washington e Seul, os quais denunciaram o teste como mais uma provocação e violação das sanções da ONU. Os EUA, Coreia do Sul e Japão pediram uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU. Assim, o último teste de míssil pareceria mostrar que a Coreia do Norte estaria implacavelmente a comprometer delicadas aberturas para negociações diplomáticas. 

Segundo informações dos media, citando a agência oficial de notícias KCNA da Coreia do Norte, o teste mais recente revela uma nova espécie de motor balístico, o qual deixa o estado comunista muito mais próximo de obter um míssil balístico intercontinental (ICBM). Alcançando uma altitude de mais de 2100 quilómetros, o míssil Hwasong-12 foi calculado para ter capacidade de atingir um alvo a mais de 4500 km se voar mais baixo, na trajectória normal. Isso dá à Coreia do Norte o alcance para atacar o território estado-unidense da ilha de Guam, no Pacífico. O míssil foi disparado deliberadamente num ângulo agudo de modo a que não infringisse territórios vizinhos. Ele caiu no Mar do Japão, dentro das águas territoriais da Coreia do Norte. 

Bases do EUA na Coreia do Sul. Para um ataque à costa Oeste dos EUA a Coreia do Norte precisaria ter um míssil capaz de voar 8000 km – mas ainda não o tem. 

Em consequência do teste deste fim de semana, a administração Trump reagiu com apelos a todos os países para imporem sanções ainda mais duras à Coreia do Norte. O embaixador dos EUA na ONU, Nikki Haley, disse que Washington e seus aliados "apertariam os parafusos" sobre Kim Jong-un. 

A Rússia, contudo, adoptou uma abordagem mais moderada e sabiamente apontou para a fórmula mais abrangente que é necessária a fim de resolver a arrastada crise coreana. Ao falar na cimeira económica de Pequim, na segunda-feira, o presidente Vladimir Putin disse que o último teste do míssil norte-coreano era "contra-producente" e "perigoso". Contudo, ele também assinalou sem rodeios o quadro maior, o qual é absolutamente chave para encontrar um meio de evitar uma confrontação desastrosa. 

Sem mencionar especificamente os EUA pelo seu nome, Putin disse que Washington deve desistir de "intimidar" a Coreia do Norte. Ele conclamou todas as partes a "encontrarem soluções pacíficas". 

De modo crucial, o líder russo ampliou o contexto da crise coreana. Ele disse que a preparação para combate (saber-rattling) de Washington e a sua postura de "mudança de regime" estava a incitar uma "corrida às armas" e a um futuro conflito. 

Nas últimas semanas, numerosos altos responsáveis dos EUA, incluindo Trump e seu chefe da Defesa James Mattis, ameaçaram explicitamente a Coreia do Norte com um ataque militar preventivo (pre-emptive). Os EUA ao conduzirem os chamados "jogos de guerra" com navios, submarinos e aviões com capacidade nuclear têm escalado [o conflito] na Península Coreana, enquanto Washington emite ultimatos a Pyongyang para abandonar seu programa de armas nucleares e testes de mísseis balísticos. 

Dado o contexto da agressão americana, o teste de míssil mais recente da Coreia do Norte parece não um acto temerário e sim uma declaração resoluta do seu direito à auto-defesa. 

Christopher Black, um advogado internacional especializado em crimes de guerra que estudo longamente a geopolítica da região, afirma que a Coreia do Norte quer ver acção substantiva por parte dos EUA e dos seus aliados rumo a um acordo pacífico, não apenas retórica a aludir a compromissos diplomáticos. 

Black afirma: "Sinais recentes de Trump e da Coreia do Sul em favor da diplomacia serão vistos pela Coreia do Norte como artifícios tácticos para levá-los a atrasar seu programa de defesa. Eles confiarão só em acções concretas em favor da paz, não em mera retórica, e até que as forças dos EUA deixem a península e cessem de ameaçar militarmente o Norte, Pyongyang assumirá que o status quo de agressão dos EUA continua. Daí a sua contínua determinação em desenvolver a sua defesa. O teste de míssil mais recente é uma declaração clara da intenção do Norte de continuar a desenvolver os meios para defender-se uma vez que vê os EUA a esgrimirem força unilateralmente". 

O problema aqui, como sempre, é o arrogante "excepcionalismo americano". Toda a consternação dos media ocidentais sobre o novo míssil balístico da Coreia do Norte ser capaz de atingir o território estado-unidense de Guam omite o reconhecimento de que aquela base aérea americana tem bombardeiros pesados B1, B2 e B52 estacionados permanentemente, os quais têm estado envolvidos em manobras ameaçadoras contra a Coreia do Norte durante os últimos 64 anos, desde o fim da Guerra da Coreia (1950-53). 

Os EUA nunca assinaram um tratado de paz no fim da guerra civil em que apoiou o Sul. Portanto, do ponto de vista da Coreia do Norte, os EUA tecnicamente ainda estão em guerra consigo. E "exercícios de guerra" anuais pelas forças estado-unidenses em torno da Península Coreana são encaradas como uma ameaça intimidatória. Sob o direito internacional, esta dissimulação dos EUA é uma agressão aceitável contra a Coreia do Norte. 

Também se deve ter em mente que quando a Coreia do Norte empenhou-se em conversações multilaterais para cessar seu programa nuclear, mais de 20 anos atrás, foram os EUA sob o presidente GW Bush que actuaram de má fé ao renegar compromissos assumidos para fornecer tecnologia nuclear civil e outras formas de ajuda ao desenvolvimento. Sentindo-se traído, o Norte retomou seu programa de armas nucleares, tendo o seu primeiro teste com êxito ocorrido em 2009. Desde então a Coreia do Norte efectuou quatro destes testes. E um sexto poderia estar iminente. 

Como observou esta semana o presidente Vladimir Putin, os EUA atribui-se a si próprio o direito de exigir desarmamento unilateral enquanto ameaça também com mudança de regime. E assim, quando a Coreia do Norte responde a esta arrogante intimidação de Washington com o desenvolvimento de armas, Washington reage com ainda mais brutalidade, como se a Coreia do Norte estivesse a afrontar normas internacionais. 

Diplomacia e diálogo são o único meio para resolver o conflito coreano, velho de décadas. Mas para isto acontecer, não deveriam ser impostas à Coreia do Norte condições prévias para primeiro "mostrar bom comportamento". Quem são os EUA para exigirem "bom comportamento" a alguém? 

Deve haver respeito mútuo e um reconhecimento mútuo dos EUA de que suas forças militares na região são parte do problema, não parte da solução. Só ao fazer um pleno compromisso de paz na Coreia através de um Tratado de Paz, e com a retirada das suas forças da região, poderá ser encontrada uma saída pacífica. 

A arrogância americana é tão perigosa como suas numerosas armas de destruição em massa apontadas à Coreia. E enquanto essa arrogância monstruosa prevalecer, a Coreia do Norte tem o direito de desenvolver resolutamente seus meios de defesa. 


Foto: Sputnik | Ilia Pitalev

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Trump, na Coreia do Norte estará a assassinar seres humanos!


Andre Vltchek | Resistir.info - Quando penso na Coreia do Norte, a primeira imagem que me vem à memória é uma névoa sobre a superfície calma e majestosa do Rio Taedong perto de Pyongyang. Então, lembro sempre aqueles dois amantes, ligados num abraço terno e quase desesperado, sentados lado a lado na margem. Vi-os todos os dias, durante os meus passeios matinais. 

Agora, enquanto a "armada" de Donald Trump, navega em direcção à China e à RPDC lembro esses momentos: a falésia, os amantes e um pescador isolado com sua comprida cana de pesca do outro lado do rio. Tudo na minha memória ligado a essas madrugadas está imóvel, sereno. 

Por vezes pergunto-me se as palavras têm ainda o poder que tiveram alguma vez. No passado, um belo poema, uma confissão ou uma declaração de amor eram capazes de mudar uma vida inteira, às vezes até o destino de uma nação. Mas será ainda hoje o caso? Como escritor, sinto muitas vezes a futilidade, mesmo o desespero. Contudo, como internacionalista, recuso-me a sucumbir ao pessimismo, e tento usar as palavras como armas, uma e outra vez. 

Eu já disse muito sobre a Coreia do Norte. Mostrei fotos. Falei sobre a dor inimaginável que este país teve de suportar. Falei extensamente sobre seu gesto enorme – a ajuda para libertar e educar muitas partes do mundo, incluindo o imenso e devastado continente africano. 

Edifícios de habitação em Pyongyang. Mas a propaganda contra a RPDC ainda predomina. 

Deixai-me tentar de novo, mais uma vez. A Coreia do Norte é um país magnífico, habitado por seres humanos, com sangue a circular nas suas veias. Apesar do que directa e indirectamente vos dizem, essas pessoas sentem dor e são capazes de experimentar grandes alegrias. Como outros, eles sonham muitas vezes, apaixonam-se e sofrem quando são insultados, ou traídos, ou abandonados. Riram e choraram, dão-se as mãos, irritam-se e até desesperam. Têm grandes esperanças de uma vida melhor e trabalham duramente para construir o seu futuro. 

Então, escute bem, você que dirige ou supervisiona o que chama de " ;mundo livre" ;. Ou será necessário chamar-lhe " ;Presidente" ;? OK, seja Presidente... Se você disparar os seus mísseis Tomahawk (como fez recentemente na Síria), ou se você lançar a sua " ;mãe de todas as bombas" ; (como fez num lugarejo miserável, abandonado no Afeganistão, apenas para demonstrar a sua agressividade e a sua força destrutiva), os seus corpos irão ser desfeitos e pessoas vão morrer em agonia. As mulheres gritarão de desespero ao enterrar seus maridos, os avós serão obrigados a cobrir os cadáveres dos seus netos com roupa de cama branca, bairros e aldeias inteiras deixarão de existir. 

Claro, que é o que a sua gente faz por toda a parte. Pensam que são os donos do mundo, tão habituados a espalhar a dor e a desolação em todos os lugares. Mas deixe-me lembrá-lo mais uma vez e escrever preto no branco: isto pode parecer um divertido vídeo game ou um programa de TV, mas não é o caso. Tudo é real quando a sua porcaria atinge o alvo, é realmente real! Pela minha parte já vi bastante disso, realmente já vi demais! Eu sei que não é o que lhe dizem, e não é o que você diz aos outros. 

Teatro em Pyonyang. Supõe-se que os norte-coreanos sejam olhados e se comportem como uma nação de robôs sem cérebro, a quem faltam emoções básicas e individualidade, olhando sem nada ver, incapazes de sentirem dor, compaixão ou amor. Você não quer ver a verdade, a realidade é que você quer que os outros também sejam cegos. 

Mesmo que você reduzisse a RPDC a migalhas, você não veria muito, você não veria quase nada: apenas os seus próprios mísseis disparados dos seus navios de guerra, submarinos e aviões descolando dos seus porta-aviões, bem como algumas imagens de computador das poderosas explosões. Nenhuma dor, nenhuma realidade, nenhuma agonia nada lhe tocaria. Nada afectaria você, você e os seus cidadãos. 

É você quem está cego, não eles os norte-coreanos. 

Na verdade, você gosta disso, não é? Admita-o. Vamos ser francos. E muitas pessoas no Ocidente gostam disto também – estas novas experiências palpitantes, este " ;divertimento" ;' gratuito, esta pausa bem-vinda na sua rotina diária, vazia, cinzenta, sem amor e sem significado, na América do Norte e na Europa com centenas de milhões de telespectadores colados aos seus ecrãs de televisão. A sua popularidade está em baixa, ultimamente, não é? Quanto mais mísseis atirar, bombas soltar ou quanto mais países intimidar e atacar, mais o seu " ;índice de popularidade" ; vai subir. 

Você é um homem de negócios, afinal. As regras do jogo são simples, fáceis de entender: você dá à sua população, o que ela deseja, e em troca ela dá-lhe apoio e admiração. O psicólogo Carl Jung descreveu esta cultura como "patológica". Ela já destruiu uma boa parte de todos os continentes da terra. Talvez agora esteja a tentar acabar com o resto. 

Estrada rural na RDPC. No entanto, você deve saber e compreender e estar totalmente ciente do seguinte: agora você pode obter amplo apoio dos seus concidadãos, mas se você fizer explodir a RPDC ou qualquer outro país do mundo, e se o mundo conseguir sobreviver, você e a sua " ;cultura" ; serão amaldiçoados durante os próximos séculos e milénios! Pense nisso. Realmente vale a pena? 

Talvez você se esteja nas tintas profundamente. Provavelmente é o caso. Mas tente pensar, tente imaginar: você vai entrar na história como um assassino degenerado e um fanático! 

Eis como há três anos descrevi o 60º aniversário do dia da vitória na Coreia do Norte:

"A banda começou a tocar de novo um trecho militar. Eu fiz zoom sobre uma velha senhora, com o peito decorado com medalhas. Quando me preparava para pressionar o botão do obturador, duas grandes lágrimas começaram a fluir pelo seu rosto. E de repente, percebi que não podia fotografá-la. Seu rosto estava completamente enrugado e no entanto era ao mesmo tempo jovem e infinitamente terno. Pensei "Este é o rosto que tenho procurado desde sempre" Porém, não consegui carregar no obturador da minha, Leica. 

Algo se me apertou na garganta e eu tive que procurar no meu saco um lenço de papel, porque meus óculos estavam embaçados, por um breve momento não via nada. Solucei bem alto, apenas uma vez, mas ninguém me pode ouvir por causa da música. 

As ameaças do imperialismo. Mais tarde, aproximei-me dela, inclinei-me para cumprimentá-la e ela fez o mesmo. Confortámo-nos no meio da praça principal. De repente senti-me feliz por estar ali. Ambos perdemos algo. Ela perdeu mais. Eu tinha certeza de que ela tinha perdido pelo menos metade dos seus seres amados durante a carnificina ocorrida há muitos anos. Eu também perdi alguma coisa, e agora perdi todo o respeito e sentimento de pertença a esta cultura que ainda reina no mundo. Esta cultura que já foi em tempos a minha, mas uma cultura que rouba a todas estas pessoas os seus rostos, para então queimar os seus corpos com napalm e chamas. 

Era o 60º aniversário do dia da vitória na RPDC. Um aniversário marcado por lágrimas, cabelos grisalhos, grandes fogos-de-artifício, desfiles e "memórias do fogo" ;. Naquela noite, depois de voltar à capital, finalmente cheguei ao rio. Estava coberto por uma névoa suave mas impenetrável. Havia dois amantes sentados perto da margem, imóveis e silenciosos. O cabelo da mulher caía suavemente no ombro do seu apaixonado. Ele segurou-lhe a mão. Eu ia levantar a minha grande máquina fotográfica profissional, quando de repente parei por receio de que o que meus olhos viam, ou que meu cérebro imaginava, não se reflectisse no visor" ;

O Ocidente já matou milhões de norte-coreanos. Quantos mais devem desaparecer, só por recusar render-se? Qual é o preço a pagar por não aceitar servir o Império? Vai ser 1 milhão, 10 milhões ou mais? Dêem-me um número, por favor. Você é um empresário, afinal de contas, anuncia o seu valor de vendas com toda a honestidade! 

A RPDC nunca atacou ninguém. Os Estados Unidos, que agora dizem "sentir-se ameaçados", atacaram dezenas e dezenas de países, roubaram milhões de pessoas, suas vidas, sua liberdade e democracia, suas culturas, por todo o mundo. Há uma foto dentro da minha cabeça que quero compartilhar com todos os meus leitores, mesmo com o risco de cair desta vez no sentimentalismo. Pela primeira vez, não me importo. O momento não é de " ;estilo elegante e educado" ;. Então, ei-lo: 

Em dado momento, consegui afastar-me da nossa delegação. Foi na capital, Pyongyang. Pus-me a caminhar ao longo do rio poderoso, através de um enorme parque que rodeava antigas fortificações. 

A ocupação militar da Coreia do Sul pelo imperialismo. Avistei uma menina pequena com um grande laço no cabelo. Usava sapatos brancos. O sol estava a pôr-se. Sua mãe, uma mulher simples mas bonita, falava-lhe. Era óbvio quanto ela amava e acarinhava a sua filha. Elas não podiam ver-me. Eu assistia à distância. Havia tanta ternura, tanta serenidade, entre esses dois seres humanos. A mãe acariciou o rosto da filha, explicando algo, mostrando-lhe as árvores. Seus rostos eram totalmente descontraídos, sem medo, sem tensão, apenas amor. 

Caminhei para mais longe ainda no parque e vi um casal rodeado por um grupo de pessoas. Era uma sessão de fotos da família. Obviamente, tinha sido um casamento. Ele vestia uma roupa formal, ela um vestido de noiva. Então notei que uma boa parte da cara do noivo estava escondida por grandes óculos escuros. Ele era cego. Provavelmente estava gravemente queimado por trás dos seus óculos escuros. Sua esposa era mais jovem, e era atraente. Estava feliz! Continuou falando, rindo alegremente. Fiquei espantado. No Ocidente, as pessoas traem, abandonam-se por quaisquer inconvenientes, pelas razões mais egoístas. E ali, uma jovem atraente casava-se, alegremente, com seu homem seriamente ferido, para poderem andar juntos, lado a lado, para o resto de suas vidas. 

Eu vi muito da Coreia do Norte após essas horas no parque. Estive frente à mais fortificada fronteira da terra. Conheci e discuti filosofia e como o Ocidente tenta desumanizar os seus inimigos, com Yang Hyong Sob , vice-presidente do Comité permanente da Comissão popular suprema. Discuti filosofia e existencialismo com o grande teólogo e filósofo John Cobb, a bordo de um autocarro que nos levou de Pyongyang à fronteira. 

Houve "grandes momentos" durante esta viagem, grandes celebrações à minha volta. Houve espectáculos sofisticados e discursos, marchas e música. No entanto, nada me tocou tão profundamente como aqueles momentos no parque. Lá, vi um enorme carinho dado a uma criança por sua mãe. E tenho testemunhado esta beleza natural, a simplicidade e a alegria do amor, misturado com serenidade e dignidade irradiando de uma jovem que se casa com seu companheiro cego e ferido. 

Esta é a Coreia do Norte que tive o privilégio de ver com meus próprios olhos. É a Coreia do Norte que o Presidente dos EUA quer "tomar conta", o que significa "destruir". Foi na Coreia do Norte onde verifiquei, como em tantas outras ocasiões, em tantos outros países, que há ainda muito amor nesta terra e que nenhuma brutalidade, nenhuma crueldade, jamais poderá vencer. 

Este texto não é dos meus " ;normais" ;. Não é filosofia, nem história. Não sei o que é. Não me interessa o que é. Eu só queria compartilhar algo com meus leitores: algo que me interessa no momento, algo que quebra e grita e que se revolta contra este estado de coisas. O que tenho a certeza, é que, agora, eu quero estar lá, em Pyongyang. Eu quero voltar, mesmo que ninguém me tenha convidado. 

Se o supervisor, o gerente, o Presidente, decidir atacar, quero estar em pé e alerta e pronto, face aos seus navios e seus mísseis. E assim, como sempre, sem abrigo ou colete à prova de bala, só com minhas máquinas fotográficas, uma caneta, um bloco de notas e um pequeno dragão asiático – para dar sorte – no meu bolso. 

Não terei medo. Não creio que a maioria das pessoas da Coreia do Norte tenha medo. Somente aqueles que estão dispostos a cometer assassinatos em massa, de novo e sempre, em todo o mundo, agora estão com muito medo. Pelo menos inconscientemente, pelo menos na sua própria essência, assim como na sua própria loucura. 

terça-feira, 23 de maio de 2017

O consumo na Coreia do Norte


Resistir.info - A constante enxurrada de desinformação e calúnia contra a República Democrática e Popular da Coreia intensifica-se nos media corporativos.   Servis à batuta do império estado-unidense estes media fazem tudo o que podem para diabolizar um governo que quer viver pacificamente.   Agências de notícias e jornalistas presstitutos esmeram-se em propalar todas as invencionices dos serviços secretos da Coreia do Sul, até as mais inverosímeis.   Ao mesmo tempo, procuram ocultar os grandes feitos de um povo admirável.   Mesmo com o boicote a que é submetida, a RDPC conseguiu um nível de desenvolvimento técnico e científico que se equipara mesmo ao de países desenvolvidos e um padrão de vida para o seu povo que sobe a olhos vistos – apesar da colossal quantidade de recursos que, diante do belicismo estado-unidense, o país é obrigado a desviar para a sua defesa. 

O artigo abaixo foi escrito por um conservador.   Entretanto, apesar de algumas farpas, procura manter alguma objectividade e apresenta dados factuais.   O facto de ser preciso dizer que na Coreia do Norte o povo quer paz e que ali existem super-mercados – oh, espanto! – mostra bem a miséria do jornalismo ocidental. 

Devido a estes vislumbres de objectividade resistir.info resolveu publicar esta peça.

Ruediger Frank - Durante minha última viagem à Coreia do Norte, em fevereiro de 2017, notei uma série de acontecimentos interessantes que ocorreram desde a minha visita anterior em maio de 2016. Eles incluem o desaparecimento das grades de ferro das janelas e varandas nos dois primeiros andares de edifícios residenciais em Pyongyang, uma mudança completa do design das placas de matricula dos carros, o surgimento de uma lotaria desportiva, o uso generalizado de bicicletas elétricas na capital e um número crescente de oportunidades de compras para uma crescente classe média. 

Esta situação permanece a maior parte das vezes como uma impressão, já que os estrangeiros raramente podem testemunhar compras regulares na Coreia do Norte. "Regular" significa que o lugar é frequentado principalmente por norte-coreanos, que o acesso não é restrito e que é usada a moeda local. A experiência dos ocidentais quanto ao comércio é muitas vezes limitada aos átrios dos hotéis, lojas de selos, livros e recordações locais à venda nos principais lugares de atração turística e outras lojas de moeda forte. Nos últimos anos, tive poucas hipóteses de ir a lugares onde os cidadãos norte-coreanos normais fazem as suas compras. Estes incluíram o mercado de rua Tongil em Pyongyang e um grande mercado na zona económica especial de Rason. Em ambos os lugares, as fotos não foram autorizadas. Em Rason, podem-se comprar mercadorias com o won norte-coreano ou o yuan chinês. Este último é preferido. O won norte-coreano pode ser trocado à taxa de mercado (8 000 won para 1 dólar dos EUA) num banco local. 

Em fevereiro de 2017 finalmente consegui visitar um terceiro centro comercial norte-coreano, o Kwangbok Shopping Centre em Pyongyang. A sua abertura foi originalmente planeada para dezembro de 2011, mas foi atrasada até ao início de 2012 devido à morte de Kim JongI Il. Kim Jong-Il e Kim Jong Un haviam visitado o lugar juntos em 15 de dezembro de 2011 para orientação no local, a forma típica norte-coreana de "passagem à microgestão" desenvolvido por Kim Il Sung e vagamente baseada na tradição do Leste Asiático de governar pelo exemplo. Isto significa que Kwangbok representa o melhor que o regime pode oferecer em termos de uma experiência de compras; no entanto, o acesso não é limitado e os preços são representativos. 

Aquando da sua abertura, o centro comercial de Kwangbok foi uma “joint venture” com um parceiro chinês (Feihaimengxin International Trade Co. Ltd). Esta cooperação bilateral foi elogiada na imprensa do Estado e visivelmente expressa pelo sinal bilíngue na fachada do edifício, algo muito raro na Coreia do Norte. No último semestre de 2016, no entanto, os caracteres chineses foram removidos, implicando uma possível mudança de propriedade. Por outro lado, as etiquetas de preço são ainda bilíngues, portanto, como muitas vezes ocorre, só podemos fazer conjeturas até aparecerem informações mais precisas. 

Em qualquer caso, o centro está a funcionar e, o que é mais importante, pode ser visitado pelos ocidentais. Mesmo que eu não fosse particularmente encorajado a fazê-lo, desta vez consegui tirar algumas fotos e gravei cerca de 100 preços dos produtos de consumo, variando de batata e carne de porco a painéis solares e frigoríficos. 

Os clientes no supermercado usam carrinhos de compras normais, como estão onipresentes no nosso mundo globalizado. Os produtos estão pousados nas prateleiras em que podem ser colhidos diretamente. Isto é ao contrário da forma tradicional de compras na Coreia do Norte, onde as mercadorias são exibidas atrás de um balcão e a ajuda de um assistente de loja é necessária. 

À chegada à caixa de pagamento os produtos são digitalizados numa caixa eletrônica e pagos em won norte-coreanos. Podem ser trocados contra dólares americanos, euros, ienes japoneses e yuan da China num pequeno guichet que também é no piso térreo. A taxa de câmbio, conforme indicado num pequeno placard é 8 000 won para 1 dólar e reflete a taxa de mercado. Por dez Euros, recebi 83 000 won o que foi mais que suficiente para pagar a minha compra de bebidas, frutas e lanche. Também podia ficar com o troco e tirá-lo do país sem restrições. Parece que não estão sendo usadas notas menores que 100 won; em vez disso, goma de mascar feita localmente é oferecida aos clientes em troca, cada barra representa 50 won. 

Como seu nome nos diz, o centro comercial está localizado na rua Kwangbok. Consiste em três pisos. No piso térreo, há um supermercado vendendo todos os tipos de bens, assim como alguns itens de utensílios de cozinha. No segundo andar, sapatos, roupas e artigos domésticos selecionados são oferecidos. O terceiro andar abriga algo como o que chamaríamos de um mercado de alimentos. Mas não visitei este piso. O design e a experiência de compras assemelham-se aos padrões ocidentais segundo a forma adotada na China. 


Entre as características notáveis do centro comercial está o cartão bancário "Chonsong”. De acordo com o seu poster promocional, oferece uma série de serviços financeiros, incluindo a opção de trocar os depósitos entre diferentes cartões ou poupanças a uma taxa de juros fixa. O cartão Chonsong, que está competindo com o onipresente cartão Narae e o cartão menos popular Koryo Card, é emitido nada menos do que pelo Banco Central da RPDC. Não encontrei nenhuma indicação de um cartão de fidelidade, mas isso pode ser apenas uma questão de tempo. 

A gama de produtos à venda no supermercado é muito ampla. Inclui bebidas alcoólicas e não alcoólicas, diferentes tipos de pão, vegetais, óleo, doces, carnes, frutas, produtos lácteos e cigarros. 

Muitos produtos parecem ser feitos localmente, a julgar pela linguagem usada nas embalagens. Notei pelo menos 25 tipos diferentes de [molho] soyu, com preços variando de 1 900 won a 9 200 won por garrafa. Vinhos tintos, brancos e espumantes podem também ser comprados, com preços até 100 000 won. As bananas e melões que vi podem ser importados ou cultivados nas estufas construídas no início do século XXI com ajuda holandesa. As laranjas são provavelmente importadas. Peras e maçãs crescem na Coreia do Norte, por exemplo na fazenda de maçãs de Taedonggang. As maçãs parecem estar disponíveis em grandes quantidades, como vi em inúmeras lojas por todo o país — certamente uma visão notável para fevereiro. O preço é 5 500 won por quilo. 

Também no piso térreo existem máquinas de lavar roupa Siemens fabricadas na China, diferentes tipos de frigoríficos, televisões de ecrã plano Konka, produtos eletrónicos, incluindo receptores DVB-T e computadores tablet, calculadoras eletrônicas e assim por diante. As máquinas de lavar são bastante caras em comparação com padrões europeus, o resto é razoável, por exemplo, cerca 2 milhões de won para um frigorífico de seis pés fabricados em Zhejiang Xingxing. 

Os telemóveis são agora mais um sinal da crescente influência da nova classe média. Estavam disponíveis quatro tipos de bicicletas elétricas Rungnado feitas localmente e Meiying importadas por aproximadamente 2,6 milhões de won cada, bem como bicicletas normais por cerca de um quarto daquele preço. Como mencionei acima o número de bicicletas elétricas cresceu exponencialmente; a capital estava cheia delas, a minha estimativa aproximada é que em cada 20 bicicletas em Pyongyang, hoje em dia uma é elétrica. 

Uma mudança acentuada na cultura de consumo socialista e outro indicador de mercantilização é a disponibilidade de alternativas e produtos em concorrência. Ao invés de comprar "pasta de dentes", por exemplo, os clientes norte-coreanos podem agora escolher entre uma grande variedade de produtos feitos localmente. Pelo menos dez tipos diferentes são vendidos no centro comercial Kwangbok, incluindo pasta de dentes para crianças, por 3 800 won, pastas com efeito de branqueamento e uma marca de luxo com nano-tecnologia por 30 mil won. Marcas de cosméticos locais incluem Chip'yongson, Pomgol ou Malgun Ach'im. 

O segundo andar oferece uma seleção bastante grande de roupas de homem e de mulher assim como sapatos. Eu vi pelo menos 60 pares diferentes para senhoras com preços em torno de 200 mil won e 25 pares de sapatos masculinos com preços entre 50 e 250 mil. Mais adiante, estão ferramentas manuais caseiras importadas da China. Uma embalagem de silicone custa em torno de um dólar. 

Visitantes da Coreia do Norte irão constatar inúmeros painéis solares ligados às janelas dos apartamentos, particularmente nas zonas rurais onde o abastecimento de eletricidade parece ser menos fiável que na capital. Dependendo da dimensão, custam entre 600 mil e 1,7 milhões de won. Uma bicicleta elétrica custa 350 dólares o que parece muito barato para nós, porém é mais de seis meses de salário para a maioria dos norte-coreanos. 

Implicações 

Que importa tudo isso? Para começar, a verdade dos factos sobre qualquer assunto relacionado com a Coreia do Norte é rara, o que particularmente se aplica no que diz respeito à economia. Além disso e apesar de seu estatuto privilegiado por ter sido visitado pelos líderes, este centro comercial é real. Vi centenas de norte-coreanos a fazerem suas compras lá. O centro comercial de Kwangbok é também uma expressão visível do fosso crescente entre a nova classe média e o resto da população. 

A experiência de compras é completamente moderna e ocidentalizada, obviamente importada da China. Muitos produtos são feitos localmente, mas geralmente isso acontece em joint-ventures com empresas chinesas. O centro comercial de Kwangbok ilustra a influência econômica da China que vai muito além do comércio; os chineses estão a moldar o consumidor norte-coreano. Isto é uma má notícia para a Coreia do Sul, que esperava ter esse papel após a unificação 

O mais importante, no entanto, é que precisamos entender que a Coreia do Norte está a meio de uma transformação quanto ao consumo. Dez tipos de pasta de dentes? Quem precisa disso? Tal pensamento foi predominante entre os funcionários do Estado durante décadas, mas agora há espaço para uma lógica muito mais orientada para o mercado. Hoje, dez tipos de pasta de dentes? Tudo bem, se os clientes compram e um lucro pode ser obtido. Este é o novo pensamento na Coreia do Norte nos dias de hoje. A concorrência está em toda parte, inclusive entre agências de viagens, empresas de táxi e restaurantes. 

Os consumidores têm a beneficiar com uma maior variedade de produtos, preços mais baixos e melhor qualidade, eles vão-se acostumar com estas novas oportunidades e esperar mais. Em algum momento, o governo norte-coreano não terá outra opção senão proporcionar o quadro legal necessário, o que significa mais um afrouxamento das regras e permitir mais comércio. O Ocidente precisa de se perguntar se quer apoiar tais tendências e, caso afirmativo, se as sanções económicas e a negação da cooperação económica são a maneira correta de proceder. 

sábado, 15 de abril de 2017

"Os turistas na Coreia do Norte ficam surpresos por todos terem o que precisam e serem felizes"


Em 1990, Alejandro Cao de Benós contactou pela primeira vez com algumas famílias coreanas que viviam então em Espanha. Em 2002, foi nomeado delegado especial para a Comissão de Relações Culturais, dependência do governo da Coreia do Norte.

Sputnik conversou com ele sobre como visitar um dos países mais herméticos do planeta no Pyongyang Café em Tarragona, Espanha.

Porque é que alguém haveria de fazer turismo na Coreia do Norte?

Bem, não sou eu que o digo, assim o dizem os grandes viajantes que estiveram no país e que o consideraram como o mais interessante do mundo. Não só a nível de monumentos, que são espectaculares, mas sobretudo também pela sua cultura, que se conserva sem ser afectada pela mal apodada “globalização” e que não se encontra afectada por outras culturas imperialistas. Por outro lado, pelo aspecto social, independentemente da orientação política do viajante, a possibilidade de poder contemplar e conhecer, no ano 2017, como se desenvolve um país socialista no qual a habitação é gratuita, não existe desemprego ou não há prostituição… pois soa quase incrível mas é algo muito interessante de se ver e conhecer pessoalmente.

Um turista pode lá ir sozinho?

Não, não é possível. Como turista existe uma norma do governo em como tem que ir acompanhado. Normalmente vai acompanhado por dois guias, que se revezam, que tratam das autorizações e que tratam da pessoa durante as 24 horas do dia. Residem inclusivamente no mesmo hotel em que se hospeda. Só quando se trata de visitas não turísticas, ou seja quando uma pessoa tem a confiança do nosso governo, é que não precisa de guia e pode mover-se tranquilamente, passear por onde quiser… mas para isso há que ter um nível de confiança que não se aplica ao nível turístico, pois é um sistema aberto e qualquer pessoa pode ir à Coreia como turista.

E o que faz um turista na Coreia do Norte?

Desde as 07:00 da manhã até às 20:00 da tarde o turista tem todos os dias um itinerário apertado. A maior parte das pessoas normalmente quer aproveitar o seu tempo ao máximo. Irá visitar os monumentos mais importantes da capital, as estátuas de bronze, a colina Mansu [com os monumentos de bronze dos líderes do país], a Torre da Ideia Juch, o maior Arco do Triunfo do mundo, provavelmente irá visitar o Palácio das Crianças, onde os jovens fazem uma representação da cultura tradicional, é quase certo, em quase todos os itinerários, que vá 200km até ao Sul, até à fronteira com a Coreia do Sul, para visitar Panmunjom, a zona desmilitarizada, e conhecer o porquê e como é actualmente a divisão da Coreia fomentada pelos EUA. Essa visita é tem bastante impacto, num lugar de alta tensão, onde se está cara a cara com os fuzileiros norte-americanos e é uma visita obrigatório. Se tiverem um pouco mais de tempo, sobretudo no Verão, organizam-se voos para Baektu, a montanha mais alta da Coreia, um vulcão extinto com umas paisagens naturais fabulosas.

O visitante, quando vai embora, mudou a sua opinião acerca da Coreia do Norte?

Sim, em 98 ou 99% dos casos muda por completo. As pessoas vão ao país com receio graças ao sensacionalismo de muitos órgãos de comunicação social, à manipulação mediática e a alguns governos… depois quando o veem a realidade com os seus próprios olhos, veem que não há pessoas a pedir pelas ruas ou a remexer o lixo, ninguém a viver em caixas de cartão, então ficam surpreendidas de que no país toda a gente tenha o que precisa e as pessoas sejam felizes, é o que os choca primeiro. Há um caso recente, o de Richi González Ávila, um treinador espanhol de basquete que esteve algum tempo na Coreia do Norte e está com vontade de voltar e uma das coisas que o surpreendeu foi que nos supostos países do Primeiro Mundo, os mais avançados, há uma quantidade de pessoas a viver em condições miseráveis e sem um tecto enquanto na Coreia do Norte as pessoas não vivem com grande luxo mas têm o necessário para viver.

Podemos utilizar as redes sociais durante a visita?

Claro, para isso os turistas podem comprar cartões com Internet para os seus telemóveis (…). Esse tipo de ligação sai bastante caro, mas existe.

O que mais tem agradado aos turistas?

Normalmente costuma ser a visita à zona desmilitarizada, pois quanto aos monumentos, são impressionantes mas ao fim de contas são construções. Porém, visitar Panmunjom e ver a tragédia que é a divisão coreana, ver a guerra fria que perdura desde os anos 50, isso tem impacto porque parece que não devia ser assim, que um país, uma só nação, entre irmãos, esteja dividida e que haja constantemente uma situação de guerra, a possibilidade de um conflito real, porque, na verdade, a guerra não acabou. Essa situação de tensão e ver cara a cara dos soldados do Exército Popular perante os fuzileiros norte-americanos é provavelmente o que mais marca todos os visitantes.

E do ponto de vista burocrático, que passos há a tomar para visitar a Coreia do Norte?

Basicamente, há que pedi-lo com um mês de antecedência, está aberto a todas as nacionalidades excepto a passaportes sul-coreanos e japoneses, os japoneses podem visitar a Coreia do Norte mas através de outro canal, a Associação dos Coreanos Residentes no Japão. Os coreanos do Sul não podem visitar o país porque oficialmente nos encontramos em conflito, não existem relações. Além disso, para um sul-coreano é completamente proibido visitar a Coreia do Norte por parte do seu próprio governo.

Porém, até pessoas de países com os quais não temos relações diplomáticas, como Israel e os EUA, podem visitar tranquilamente a Coreia avisando meramente com um mês de antecedência, desde que levem um passaporte, duas fotografias, um pequeno currículo onde especifiquem o seu endereço, contacto e dados pessoais e indicando o que querem visitar para se preparar o itinerário e o programa da viagem. É um processo muito muito simples e aprovam-se praticamente todos os pedidos.

E quanto custa uma viagem turística à Coreia do Norte?

Depende imenso do número de pessoas que vão participar na mesma viagem. Por exemplo, se uma pessoa fizer uma visita de uma semana sozinha, como tem que pagar o transporte, o motorista, os guias, os tradutores, as taxas turísticas… tem que pagar tudo sozinha (…) o custo pode rondar os 2.800 a 3.000 euros, tudo em hotéis de 4 estrelas, com tudo incluído. Fora isto há ainda o voo da Air Koryo [a companhia oficial da Coreia do Norte] de Pequim para Pyongyang, que é um voo de 145 minutos e que custa uns 550 euros. Estes valores podem baixar para 1.300 ou 1.400 euros dependendo do número de turistas presentes no grupo. Por exemplo, a partir de 15 pessoas já se fretam autocarros e dividem-se os custos entre os visitantes.

O que não podem os turistas fazer na Coreia do Norte?

Não podem andar sozinhos sem avisar o guia, se o guia não o autorizar ou não for acompanhado não pode sair do hotel – de qualquer modo tampouco há tempo livre, a agenda é muito intensa. Não podem tirar fotografias de instalações militares nem de pessoal militar sem autorização. Tal não quer dizer que se estiver num parque e houver um militar uniformizado com a família que não possa tirar uma foto deles ou até pedir-lhes para tirar uma foto privada, mas por regra geral, e sobretudo nos ‘checkpoints’ militares, não é possível tirar fotografias. Há que conservar o respeito para com o país, para com os nossos líderes e o nosso governo, e basicamente não levar elementos de propaganda massiva. Que quer isto dizer? Há pessoas que se julgam iluminadas por Deus ou que vêm [à Coreia do Norte] tentar fazer proselitismo da sua região e que trazem mil bíblias ou mil panfletos para fazer propaganda… isso não é permitido. Pode levar a literatura que quiser, mas para uso pessoal durante a visita, estas são praticamente as únicas restrições que há. De resto, não há nada de especial.

Quais são as ‘recordações’ favoritas dos turistas?

Costumam ser os postais, com posters de propaganda política, que assombram muita gente. Também t-shirts com a bandeira do país, alguns selos… e sobretudo insígnias com a bandeira nacional, que parecem ser o produto favorito dos turistas.

E qual é a proporção do turismo na Coreia do Norte?

Actualmente temos cerca de 50.000 visitantes por ano na Coreia, dos quais cerca de 5.000, uns 10%, não são chineses. Ou seja, a maioria absoluta dos visitantes são chineses, porque se tivermos em conta o turismo que passa pela própria fronteira… é extremamente fácil [visitar a Coreia do Norte], podem fazer visitas de dois dias, mas estão restringidos a uma área fronteiriça entre os dois países. O resto, os ocidentais, podem fazer visitas de uma semana a dez dias ou até de um mês… podem ser muito mais extensas. E desses 5.000, a maior parte são europeus, seguindo-se os canadianos e os australianos e, por fim, os estadunidenses.

Nada a ver com Barcelona…

Não, absolutamente nada, de modo nenhum, nunce permitiríamos que o nosso governo permitisse esse tipo de turismo de massas que impede que os próprios habitantes de Barcelona possam viver na cidade.

Fonte: Sputnik

segunda-feira, 20 de março de 2017

Kim Jong Il evocado no Brasil


A 16 de Fevereiro do corrente ano celebrou-se o 75º aniversário do nascimento de Kim Jong Il (1942-2011), líder eterno da República Popular Democrática da Coreia. A ocasião foi evocada por várias associações de solidariedade para com a Coreia do Norte com destaque para o Brasil, com a fundação do Centro de Estudos da Política Songun que organizou um Acto de Solidariedade à Coreia Popular na Universidade Estatal do Rio de Janeiro.

O encontro, além de homenagear o 75º aniversário do nascimento de Kim Jong Il, teve também o objectivo de criar uma plataforma para a possibilidade de um debate público acerca da história da revolução anti-imperialista da Coreia e a sua política militar, nomeadamente a Política Songun de Kim Jong Il, que complementou a Ideia Juche delineada por Kim Il Sung.

Além do Centro de Estudos da Política Songun, representado pelo seu presidente Lucas Rubio, o evento contou com o apoio e a presença do Centro de Estudos da Ideia Juche, na pessoa de Alexandre Rosendo, e do Instituto da Amizade Brasil-Coreia, liderado por Rosanita Campos. Além destas associações que apoiam explicitamente a República Popular Democrática da Coreia, marcaram também presença as organizações progressistas Brigadas Populares, o Partido Pátria Livre, o grupo Irredentos e a União Nacional de Estudantes.

No decorrer do evento foram evocados os feitos de Kim Il Sung e Kim Jong Il bem como recordado o facto de a defesa da Ideia Juche e da Política Songun estarem agora sobre os ombros de Kim Jong Un, num panorama internacional que lhe é claramente hostil. Alexandre Rosendo abordou a História da Revolução Coreana, resumindo à plateia a via da luta revolucionária liderada por Kim Il Sung. Diego Grossi expôs aos presentes os fundamentos históricos e filosóficos da Ideia Juche, sobre a qual se alicerça o socialismo coreano; Lucas Rubio dissertou acerca da política militar norte-coreana (Songun) e a prontidão e capacidade de combate do Exército Popular da Coreia, a conferência terminou com uma intervenção de Rosanita Campos que enumerou as grandes conquistas alcançadas na República Popular Democrática da Coreia na construção do socialismo, prestando uma sentida homenagem ao povo coreano.

Os oradores deram a palavra ao público e todos os presentes, que assim desejaram, puderam colocar aos palestrantes quaisquer dúvidas que tivessem acerca das realidades da RPDC, tão desconhecida quanto diabolizada pela imprensa mundial.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Um grande homem


A 16 de Fevereiro deste ano assinalamos o 75º aniversário de Kim Jong Il (1942-2011), líder eterno da Coreia. São muitas as pessoas que o recordam em todo o mundo, a KFA Portugal não lhe é indiferente.

Um Homem Incansável

Kim Jong Il trabalhou incansavelmente durante toda a sua vida pensando que caso tirasse o tempo  necessário para recuperar da fadiga acumulada, tal iria atrasar o progresso do seu país. Trabalhava de madrugada a madrugada e tentava visitar todas as fábricas, instituições docentes e de investigação científica e as aldeias rurais até aos últimos recônditos do país. Nada valorizava mais que o tempo.

Não descansava nem no dia do seu aniversário. Houve um ano em que para se assegurar de que os habitantes de Pyongyang descansavam, não permitiu a organização de qualquer acto estatal em celebração do seu aniversário e passou o dia numa província distante a tratar de assuntos importantes.

Nunca colocou nada acima da felicidade do povo.

Quando Kim Jong Il faleceu inesperadamente, o povo coreano chorou-o com uma tristeza ainda maior ao recordar que jamais tinha tirado um dia de folga, trabalhando sempre com total entrega pelo bem-estar da população.

O Homem Que Mais Cartas Recebeu

Muitos sabem quantas cartas escreveu Lenine ao longo da sua vida, contudo não imaginam quantas cartas terá recebido Kim Jong Il.

Kim Jong Il recebeu milhares de cartas durante todos os meses da sua vida. Os coreanos, sem qualquer distinção de idade, profissão e cargo, abriam-lhe o seu coração. Confessavam-lhe os seus sonhos e desabafavam até os seus segredos mais intimos.

Kim Jong Il tinha apenas as horas da madrugada para ler essas cartas, após concluir as tarefas mais urgentes. Todos dormiam com tranquilidade enquanto ele se alegrava a ler o que pensavam e desejavam os humildes.

Lia as cartas e respondia-lhes, escrevendo-as com a sua própria mão.

Os coreanos consideram as suas cartas de resposta como o bem mais precioso, um verdadeiro tesouro familiar.

Samarra e Casaco de Forro

“Não há nada mais terrível do que a insignificância da moda”, dizia Goethe.

A contracorrente da moda mundial, Kim Jong Il, como chefe de Estado, sem se deixar restringir pela etiqueta diplomática, envergava sempre roupa cómoda e modesta, ou seja, uma samarra e um casaco de forro. 

As dúvidas do mundo quanto ao seu extraordinário gosto, aclararam-se após a sua morte e converteram-se em admiração. A samarra vestia-a com a decisão de trabalhar com abnegação para o povo em substituição de Kim Il Sung, presidente eterno da RPD da Coreia, que mesmo com avançada idade não deixava de realizar as suas visitas de trabalho; o casaco com forro utilizava-o em dias de Inverno, durante mais de 10 anos após a sua morte.

“A samarra assenta-me bem. Digam o que disserem, agrada-me o meu gosto, a minha vocação e o meu estilo”, dizia Kim Jong Il.

A samarra e o casaco de forro eram para ele as prendas mais adequadas para as suas actividades como estadista que deveria trabalhar sem descanso.

Filosofia da Neve

Há quem compare a vida de Kim Jong Il à neve. Ele, como a neve que cai silenciosamente sobre a terra quando faz frio, cobrindo-a, e que com a alteração das temperaturas derrete e beneficia a terra, abnegando a sua existência. Com o conceito da pureza e da sua consagração para o futuro, como a neve, ou seja com a filosofia da neve, Kim Jong Il consagrou tudo o que tinha tendo unicamente em vista a prosperidade do país e a felicidade do povo.

Com o intuito de transformar o país num Estado socialista centrado nas massas populares, defender fidedignamente o país e o povo da ofensiva anti-socialista das forças aliadas imperialistas e construir uma potência socialista, empenhou-se dia e noite. Chovesse ou nevasse, sem qualquer momento de descanso, realizou viagens de trabalho que cobriram mais de 669.600 quilómetros de distância, o equivalente a dar quase 17 voltas à circunferência da Terra, superando todo o tipo de dificuldades.

Kim Jong Il nasceu no acampamento secreto do monte Paektu, exposto à nevasca, tendo falecido num comboio no decorrer de uma viagem de trabalho por entre a neve.

A sua original filosofia da neve, cujo fundamento é a autoimolação, ainda hoje comove a comunidade internacional. 

sábado, 4 de fevereiro de 2017

Partidos Políticos e Organizações Públicas


Partido dos Trabalhadores da Coreia

O Partido dos Trabalhadores da Coreia foi fundado a 10 de Outubro do Ano Juche 34 (1945). O PTC é um partido revolucionário de tipo Juche fundado pelo grandioso camarada Kim Il Sung e actualmente liderado pelo camarada Kim Jong Un. O partido herdou as tradições revolucionárias estabelecidas no período da luta revolucionária anti-japonesa e guia-se unicamente pela ideia Juche em todas as suas actividades. O seu objectivo imediato é atingir a completa vitória do socialismo na parte norte da Coreia e desempenhar as tarefas da libertação nacional e da revolução democrática popular em todo o país;

O seu objectivo principal é modelar toda a sociedade à ideia Juche e construir uma sociedade comunista. O PTC é o Estado-Maior político que organiza e lidera a luta revolucionária e o trabalho de construção da Coreia de modo coordenado. Assume a plena responsabilidade pelo destino de todo o povo coreano.

Partido Social-Democrata Coreano

O Partido Social-Democrata Coreano foi fundado a 3 de Novembro do Ano Juche 34 (1945) por intermédio de pequenos empresários, mercadores, artesãos, pequeno-burgueses, alguns camponeses e por cristãos das aspirações anti-imperialistas e anti-feudais das massas e exige a eliminação do rescaldo do governo imperial japonês e a construção de uma nova sociedade democrática. O seu principal ideal mobilizador é a social-democracia nacional de acordo com as condições históricas e as características nacionais da Coreia e o seu mote político base são a independência, a soberania, a democracia, a paz e a defesa dos direitos humanos.

Partido Chondoista Chongu

O Partido Chondoista Chongu é um partido democrático fundado a 8 de Fevereiro do Ano Juche 35 (1946). A sua militância consiste principalmente de camponeses chondoistas. Fui fundado com o objectivo de se opor à agressão e à subjugação imperialista, participar no labor de assegurar a independência nacional e construir um país rico, forte e democrático com o ideal patriótico de “defender o país e providenciar o bem-estar do povo” e com o espírito independente de “correr com os ocidentais e com os japoneses.”

Actualmente este partido contempla como tarefa mais importante estabelecer a harmonia entre todas as camadas da sociedade, fortalecendo a solidariedade entre elas e construir uma sociedade de bem-estar popular com uma economia nacional independente e fortemente desenvolvida e uma cultura nacional de inspiração Juche.

Este partido assume que a linha da tripla revolução ideológica, tecnológica e cultural do PTC é uma bandeira comum à nação que demonstra claramente a via para a concretização do seu objectivo de construir uma sociedade de bem-estar popular, e bate-se pela concretização desse ideal.

Frente Democrática Para a Reunificação da Pátria

A Frente Democrática Para a Reunificação da Pátria foi fundada a 22 de Julho do Ano Juche 35 (1946). Considera como seu principal dever reunir, na base de alianças operário-campesinas, todas as forças democráticas desejosas da liberdade e da independência do país em redor do grande líder e camarada Kim Jong Un, não importando a sua função, género, religião e filiação partidária, apoiando activamente e propagandeando a sua linha revolucionária bem como as suas políticas pela reunificação independente e pacífica do país, organizando e mobilizando amplos sectores das massas para que esta luta nacional se concretize.

Liga da Juventude Socialista Kim Il Sung

A Liga da Juventude Democrática da Coreia, predecessora da Liga da Juventude Socialista Kim Il Sung, foi fundada como organização juvenil de massas a 17 de Janeiro do Ano Juche de 35 (1946), após a libertação. Posteriormente foi fortalecida e desenvolvida até se transformar na Liga da Juventude Socialista Trabalhista da Coreia para fazer face às necessidades da revolução em andamento.

Na ocasião do 50º aniversário da sua fundação em Janeiro do Ano Juche de 85 (1996), foi rebaptizada de Liga da Juventude Socialista Kim Il Sung e entrou numa nova fase do seu desenvolvimento. A liga é uma organização militante de jovens que irão perpetuar a revolução coreana. É a reserva fiduciária e reforçadora do Partido dos Trabalhadores da Coreia. Guia-se unicamente pelas ideias revolucionárias do grande camarada Kim Il Sung.

O seu objectivo geral é equipar as massas juvenis com a ideia Juche e formá-las como sucessoras fiáveis da causa revolucionária Juche. Conta com mais de 5 milhões de militantes.

Federação Geral dos Sindicatos da Coreia

A Federação Geral dos Sindicatos da Coreia é uma organização política revolucionária das massas trabalhadoras. Foi fundada a 30 de Novembro do Ano Juche de 34 (1945). Conduz a educação ideológica necessária para que os seus membros compreendam plenamente a ideia Juche e faz com que se tornem parte da construção socialista e da organização da economia socialista com a atitude digna dos mestres. Conta com organizações nos vários ramos da indústria.

Sindicato dos Trabalhadores Agrícolas da Coreia

O Sindicato dos Trabalhadores Agrícolas da Coreia é uma organização política de massas de trabalhadores agrícolas fundada a 31 de Janeiro do Ano Juche de 35 (1946). Concretiza a formação ideológica necessária para dotar os trabalhadores agrícolas com a ideia Juche e faz com que desempenhem com sucesso as necessárias revoluções ideológica, tecnológica e cultural no interior do país de acordo com a via indicada pelas Teses Sobre as Questões Socialistas Rurais no Nosso País.

Sindicato Democrático das Mulheres Coreanas

O Sindicato Democrático das Mulheres Coreanas é uma organização política de massas que reúne as mulheres trabalhadores fundado a 18 de Novembro do Ano Juche de 34 (1945). Conduz a formação ideológica necessária para armar as mulheres com a ideia Juche, transformando-as em revolucionárias e assimilando-as na classe trabalhadora, promovendo a transformação de toda a sociedade e dos padrões da classe trabalhadora, realçando o seu papel na revolução e na construção.

Além destas organizações, existem ainda organizações públicas como o Comité Para a Pacífica Reunificação da Pátria, o Sindicato dos Jornalistas Coreanos, a Federação Geral dos Sindicatos da Literatura e das Artes da Coreia, o Comité Nacional da Paz, a Associação Democrática dos Advogados Coreanos, o Comité dos Estudantes Coreanos, o Comité Coreano Para a Solidariedade com os Povos do Mundo, o Comité Coreano Para a Solidariedade Afro-Asiática, a Federação dos Budistas Coreanos, a Federação dos Cristãos Coreanos, o Comité Central de Orientação da Igreja Chondoista Coreana e a Associação dos Católicos Coreanos.

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